Muda esse tom.
Deixa de fazer cena.
Desliga esse som.
Não tem mais conversa.
Mais uma das suas...
Não aguento mais.
Arrume suas coisas sujas.
Minha mala está cheia; não volto jamais.
Deixastes tudo arrasado:
garrafas de licor lançadas na cama,
o cheiro do teu maldito cigarro,
a taça e a louça cara quebradas na lama
desse temporal que levou tudo ao chão.
Ah! Eu quero voltar ao doce lar de minha criação.
Não tente ser bom, pois eu nem caio nessa.
Vá ao seu Bourbon que vale mais a pena.
Fui mais uma das suas,
tão tola e incapaz.
Se afunde, pois volto às ruas
dessa lua cheia que míngua demais.
Criastes meu mundo encantado,
amarras de dor, jogadas e dramas,
o leito do teu pouco afeto e amparo.
Na praça das loucas e baratas tenho pão e fama.
Em cena teatral me afundaste o coração.
Ah! Não vou mais voltar ao doce lar de minha criação.
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