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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Soneto sobre a boa e negra terra por Sergio Martins




Não era o Cálamo, o umbuzeiro, o Açafrão,
o Álamo, as Acácias, os imponentes Ipês,
as falhas ou todas as carências desse mês;
nem o rude tempo sobre o campo e o ribeirão.

Não seriam os Plátanos, o Jequitibá, os Dentes-de-Leão,
os Lírios diáfanos, as Damas da Noite e os Muscaris,
todo meu vago e o meu vagar, o vento das tardes vis,
muito menos o lodo e os Mata-cavalos à beira do valão.

Não foram os Hibiscos, os Cedros brancos, as Ervas Cidreiras
nas encostas... O encanto fugaz morou em teu corpo fugidio e
omisso feito litoral poluído e suprimido às imensas cordilheiras.

Não poderiam ser os Alecrins, os Aloés, o Bom Dia na horta.
A ferocidade sobre a boa e negra terra é o desdém, a falta de
Bálsamo sobre suas feridas qual orvalho tardio na raiz morta.

Imagem: http://www.instructables.com/id/Make-your-own-BioChar-and-Terra-Preta/

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