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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ponto final por Sergio Martins

Da janela vi salas vazias,
as ruas silentes num adeus,
o pássaro viúvo e os dias
todos num só– sem os teus.

Quando a manhã se faz breve,
agora que é sempre tarde se fechando
nesse céu das cinzas sem neve,
o Agosto é flor da noite abrochando.

É a beleza triste, dor da poética,
o medo de amar, a alma hermética,
o telefone mudo, o dinheiro sem razão,
a arte sem graça, as viagens em vão.

Mas a porta aberta vai permanecer,
aquele mesmo encanto do dia de Natal
e uma bela canção pra me convencer
à ilusão de um novo amor sem ponto final.

Imagem: http://fontesdoidolo.blogspot.com/2008/08/buraco-negro-o-ponto-final-da-terra-o.html

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