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sábado, 30 de outubro de 2010

Pique-esconde por Sergio Martins



Tenho medo de sair de casa. Em todo canto há coisas assombradas:
pelos prédios, colégios, pelas praças, igrejas, vilas, calçadas.

Os carros passam apavorados nas avenidas,
os vira-latas assustados deitam-se nas esquinas,
nas ruas tudo está parado, não se ouve um pio,
não se vêem gatos ou gente, tudo está vazio.

Nesse silêncio só o relógio anuncia cada segundo;
quem roubou a vida deste mundo?

A chuva caiu porque Deus chorou?
Encoberta pelas nuvens, a lua viajou?
Seria eu a pôr tristeza em tudo o que vejo ou ninguém mais vê?
Se ninguém liga para este pobre mundinho, me diga, por quê?

Por que, na noite nublada que passou
nem os pirilampos se acenderam,
e no dia ensolarado que já chegou
as borboletas não apareceram?

Preciso saber senão vou ficar maluco,
o que aconteceu a esse lugar e com todo mundo?

Se não se não é dia das bruxas ou o sono que a todos venceram,
nem sexta-feira treze ou os passarinhos que adoeceram
e não são as flores que murcharam,
muito menos as abelhas que não acordaram;
já sei então o porquê de estar faltando o colorido
neste planeta que se perdeu do seu belo divertido
e de todas as suas riquezas que se escureceram;
só há uma explicação: os anjinhos é que se esconderam.

Um comentário:

Denielly disse...

Que linda poesia amigo!!!

O mundo anda muito estranho mesmo ... todo mundo estressao, ngm pára mais para admirar a beleza que está a nossa volta.

De tão centrados em coisas supérfluas, desaprendemos a valorar as pequenas coisas!

=D

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