Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
sábado, 16 de outubro de 2010
Soneto a este pedacinho de terra por Sergio Martins
Em meio às máquinas aceleradas pela síndrome do poder,
a monóxido de carbono, prédios altíssimos e onipotentes,
às ruas dos abandonados pelos olhares indiferentes,
está este pedacinho de terra: delírio, paixão e prazer.
Entre moleques vadios, mendigos, magnatas e astros,
mansões sofisticadas, palafitas sobre valão
à autoridades, religiosos e a contra-cultura da educação,
está este pedacinho de terra: seu rastro, suave espaço - meus pastos.
Bem nos arredores de milhares de pombos na corrida pela sobrevivência,
idosos e doentes com seus maus presságios à bibliotecas e prostíbulos,
está este pedacinho de terra: confiança, estabilidade e permanência.
Num cantinho qualquer dessa grosseria que era floresta sob constelação,
nessa pobre esperança como resto de tempo feliz ante à infância fugidia,
está este pedacinho de terra: imaginação inspirada, silêncio e imensidão.
Foto: http://frases-de.blogspot.com/2009/03/confucio-um-punhado-de-terra.html
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"A guerra nunca é um fim último (...) Na terra de quem ama, até a morte é adubo e a tragédia, fecu ndidade."
2 comentários:
Que lindo.. que especial... bárbaro!
Adoro a natureza e todo pedacinho de terra cuidado ou não!
Falas de um jeito especial em diversas fases, majestoso teu sentir meu querido poeta de encanto.
Deixo-te meu carinho, admiração e beijos...
Sérgio..LIndo o seu poema.
Obrigada pela visita e pelo gentil comentário.
O seu blog me inspira!!
Um dia de paz!!
Ma Ferreira
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